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domingo, 19 de fevereiro de 2012

Crônica da saudade em preto e branco

Valdomiro e Claudiomiro Sorriso (eu aos 4 anos)

Me peguei saudosista a olhar velhas fotos amareladas com o tempo e cheirando lembranças.
Quando vi, era tarde demais para voltar daquela viagem ao lugar chamado saudade.
Em cada retrato, a maioria sem cor, histórias contidas. Incrível, mesmo que o clic tenha sido de momentos bons e especiais, rever velhas fotos traz um misto de dor e tristeza.
Sim, porque ao lembrarmos do tempo que não volta mais – mesmo que tentamos trazê-lo de volta – nos deparamos com uma verdade: sentir saudade dói. E é uma dor que machuca.
Pois bem, me peguei saudosista, e viajei. Aliás, retornei a lugares que nunca estive e com pessoas que nunca as vi. Bacana isto, não? Seus nomes ali atrás, apontados por um membro da família, que quis imortalizar tal momento. Tios, bisavô, primos, alguns desconhecidos, um encontro, uma festa, um momento, que parece ter sido especial.
Que bacana a fotografia. Que mágica é esta de eternizar no tempo um instante como este?
E eu, ali, saudosista demais. Alguém da família voltando da guerra. Quem sabe com tantas histórias para contar. Outro, segurando um diploma. Um sonho realizado talvez, com tantos esforços. Uma rua estreita, precária, assim como aquelas pequenas casas, chamadas de lar.
Gente sorrindo, gente vibrando, festejando a vida. Eis um violeiro, um cantador, a fazer serenata. Olhando a foto parece que ouço a canção: ‘que beijinho doce, que ela tem. Depois que beijei ela...”.
Me peguei saudosista a olhar velhas fotos amareladas com o tempo e cheirando lembranças.
Lembrança de um tempo, de alguém, de uma vida, de uma história. Aliás, quantas histórias.
E em pensar que este jovem, com olhar sorridente e cheio de luz um dia casara, constituira família, e teve filhos. E um deles aqui, a olhar velhas fotos.
Ah, a saudade. De vez em quando bate no peito e, sem pedir licença ali se abriga. Mas que bom tê-la aqui a nos visitar. Traz consigo a certeza de que tudo vira passado. E que as lembranças fazem parte da caminhada.
Eis-me aqui, saudosista, não triste. Querendo viajar no tempo e rever os momentos, vividos ou não. Só para poder dizer na volta, o quanto é importante viver intensamente o hoje, lutando, conquistando, amando, e sendo amado, pois, afinal, um dia, tudo ficará presente no ontem, para relembrarmos.
Registramos pois nossa vida, na lembrança e na fotografia, agora postadas em álbuns digitais, com todas as cores e formatos.
Vivamos então.  

2 comentários:

  1. " Saudade nunca vai, mas saudade sempre volta "

    Bela publicação Claudiomiro \o>

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  2. Muito bom seu texto! tenho um blog também...se quiser conhecer é http: af.arnold.zip.net
    abraço

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