Circulei entre eles, por alguns minutos. Vi em seus olhares o desejo de dias melhores. Mas também, a certeza de que a batalha é válida.
Nossos agricultores tomaram as ruas de Santa Rosa na manhã desta quinta-feira. Com gritos de guerra, empunhando bandeiras, eles deixarem seus lares, suas propriedades onde o verde sumiu neste último verão, e por aqui marcharam.
Protestaram indignados contra governos, contra projetos – ou falta deles – contra descasos, desmandos e mostraram estarem esperançosos por políticas públicas que os atendam. Tudo válido. Tudo verdadeiro.
Circulei entre eles, por alguns minutos. Prestei atenção em seus olhares.
Não se importavam com o forte calor da manhã. Afinal, esta é a rotina diária.
Ferramentas nas mãos calejadas e o sol a queimar a pele, vivem na lida. Na dura lida e com os sonhos de dias melhores.
Eles protestaram. Tomaram às ruas. Tinham bandeiras. Importantes bandeiras a defender, das quais, muitas ‘eternas’. Marcharam em um grito de alerta.
Enquanto isso, nas calçadas, nas sombras de árvores ou das marquises, ou dentro dos prédios climatizados, em seu trabalho ou apartamentos, o povo os assistiam. Talvez a se perguntar: De novo vocês?
Os agricultores nas ruas. Protestaram. Pediram. Mostraram a cara em mais uma quente manhã.
No mesmo instante, pelas redes sociais na Internet, internautas postavam sua indignação por causa da corrupção no país, do descaso com a saúde pública no país e até mesmo pelos buracos das ruas da cidade – que aliás, estão desaparecendo neste ano ‘atípico’.
Nossos colonos na rua. Circulei entre eles. E neles eu vi o sorriso no rosto. Uma alegria por saber que é preciso lutar. Meninos, eu vi. E gostei do que vi.
Bandeiras na rua – não partidárias – em prol de ideais.
“Vem, vamos embora
que esperar não é saber.
Quem sabe faz a hora
não espera acontecer” – Geraldo Vandré
Relendo agora este texto, publicado em 2012, mas que tem tudo a ver com o momento atual que vive o Brasil.
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