Candidatos a heróis, cerca de 220 aposentados disseram ao governo do Japão estarem preparados para trabalharem na limpeza da usina nuclear de Fukushima, atingida pelo tsunami ocorrido em março deste ano. Eles são engenheiros, físicos e médicos, com mais de 60, 70 anos. A surpresa está no fato de que o perigo de contaminação da radiação pode provocar câncer e outras doenças.
Os experientes vovôs argumentaram que um estudo feito com os sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki apontou que casos de câncer só apareceram uma década após o fato. Para estes ‘velhinhos’, tempo mais do que suficiente para cumprirem sua missão na terra. E acrescentaram: os jovens que trabalham na usina têm filhos para criarem, e um longo futuro pela frente...
Pois bem, caro leitor. Diante desta lição, deste exemplo, deste ato de heroísmo, o que dizer?
Todos os dias somos chamados para a linha de frente, para a batalha, para empunhar bandeiras e armas em campos de guerras, localizados bem pertinho de nós. Mas o inimigo é invisível e nossa arma dotada de apenas uma munição: a solidariedade.
E neste front, cuja missão é ‘salvar’ o outro, nossa tarefa é estender a mão, oferecendo o carinho, o afeto, o pão.
Temos a oportunidade do ato heróico, triunfal, mas muitas vezes optamos em deserdar, fugir, ou então, recuar para a trincheira de nosso egoísmo. Medo ou desamor ao próximo?
Ah, este chamado, que muitas vezes queremos, e nos esforçamos em não ouvir. Ele nos mostra que não é fácil viver só com o perfume da rosa. Pois com a roseira, nasce o espinho.
E como já disse Fábio de Melo, ‘quem quiser levar a rosa para sua vida, terá que saber que com ela vão inúmeros espinhos’. Mas o bom é que a beleza da flor vale o incômodo dos espinhos.
Pense nisto, e que a atitude dos ‘velhinhos japoneses’ em sua última missão, possa nos servir de lição.
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“Quando vires um homem bom, tenta imitá-lo. Quando vires um homem mau, examina-te a ti mesmo”. - Confúcio
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