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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Qual é tua bandeira???


Você tem bandeiras? O que você defende? Quais são os seus sonhos?
Os questionamentos, caro leitor, podem parecer – num primeiro olhar – curiosos demais, mas, se forem levados para o campo da reflexão, são partes necessárias do nosso cotidiano.
Suas respostas nos situam no tempo e no espaço. Nos fazem seguir em frente ou nos manter no ponto em que nos encontramos.
Ter bandeiras.... Está aí uma questão pertinente. Qual é a tua, afinal?
Há 80 anos, um grupo de moradores da Colônia 14 de Julho, área que pertencia ao município de Santo Ângelo, via tornar-se real um sonho acalentado. Na verdade, os pioneiros desta terra, hoje conhecida como O Berço Nacional da Soja, tinham uma bandeira, que empunharam e a defenderam: a emancipação.
Aliás, ao longo das décadas, líderes desta terra empunharam tantas outras bandeiras – tão audaciosas quanto esta que culminou na transformação da vila em município.
Sonhos acalentados e cultivados com garra, determinação e coragem.
Agricultores nas ruas, liderados pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais, cuja lembrança do movimento em defesa da terra e de melhores condições de trabalho encontram-se registradas em fotos históricas; o desejo de desportistas de ver um clube local na divisão principal, entre os melhores do Estado; a consolidação de um projeto que transformaria a economia regional com o surgimento de um frigorífico de aves; a ponte internacional ligando o Brasil à Argentina – ainda resistindo – , para citar algumas, foram bandeiras defendidas por aqui.
A luta pelas eleições diretas no Brasil, a volta da democracia, ‘os caras pintadas’ pelo impeachment de Collor (alguém lembra?), nos mostraram em um passado recente que as bandeiras podiam ser coletivas, que era necessário defendê-las.
É verdade que atualmente convivemos com uma geração que nem bandeira possui. Não briga, não questiona (será que tem sonhos?).
Está tranqüila, porque tudo a sua volta está ‘na boa’. Deu certo, ou não, não importa. A vida segue seu rumo, o rio segue seu curso. 
Se antes éramos guiados por canções que tornaram hinos (vem vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer..), hoje, os hits mostram que a vida é uma festa (sou f... na cama te esculacho, na sala ou no quarto no beco ou no carro...)
Aliás, diante de cenários desoladores, onde as manchetes insistem em querer nos convencer que tudo é normal (roubos, desvios, corrupção...), silenciamos todos, sem bandeiras para empunhar, defender.
Não aceitamos – mas também não fazemos nada. No máximo, nos indignamos, até o assunto sair das manchetes – e dar lugar a outro grande escândalo. Por quê? O rio segue seu curso. Foi sempre assim, pensamos. Isto nunca vai mudar, dizemos. E então, nos acomodamos – ou seria acovardamos?
Sem bandeiras, sem ideais para defender seguimos, convivendo com um misto de indignação e acomodação. Sei lá, vai que alguém tome coragem e faça o que é preciso fazer – pensamos. E o rio? Ah, sim, ele segue seu curso.
E as bandeiras? Quem sabe nos dignamos a empunhar alguma e – fortalecidos – possamos sair em sua defesa. Pelo coletivo. Quem sabe? 

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