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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Um tesouro escondido


Um texto, atribuído a Olavo Bilac, caro leitor Das Coisas que Vi – e Ouvi, é o motivo de minha reflexão de hoje.
“Tesouro escondido” circula há tempos por aí, através de e-mail – em forma de texto ou com belíssimas imagens formatadas em Power Point, na maioria das vezes, com uma trilha música digna de parar com tudo o que se está fazendo apenas para apreciá-la.
A mensagem é fantástica. Fala de um homem a se desfazer de um bem, do qual não dava mais valor, por entender que ali, onde passara boa parte de sua vida não tinha mais o encanto de ‘outrora’.
Para vender sua propriedade, um pequeno sítio localizado a alguns quilômetros da cidade, ele decide então fazer um anúncio em um jornal.
O olhar poético de Olavo Bilac para o ‘produto’ à venda, fez toda a diferença.  
- Senhor Bilac, estou precisando vender o meu sítio, que o senhor tão bem conhece. Será que o senhor poderia redigir o anúncio para o jornal?
Olavo Bilac apanhou o papel e escreveu:
"Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e límpidas águas de um ribeirão. A casa banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranqüila das tardes, na varanda".
Assim foi publicado o anúncio. Assim, desta forma romântica e recheada de poesia, a propriedade foi colocada à venda.
Meses depois, encontra-se o poeta com o homem que, perguntado se havia sido bem sucedido na venda do sítio, surpreendentemente respondeu:
- Nem pense mais nisso. Quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha!

Pois bem, caro leitor, onde você se encontra neste cenário literário e ao mesmo tempo tão real? Já se viu em situações assim?
Inúmeras vezes, por inúmeras razões, muitas delas tão sem sentido, nos deparamos com sensações de vazios e de que a vida perdeu a cor, o encanto.
Deixamos de ver o brilho do sol e a luz das estrelas e, diante dos problemas, vendamos nossos olhos.
Claro que há em determinadas situações um peso excessivo na carga a ser carregada, que muitas vezes chegamos a solicitar ajuda para carregarmos a cruz, a nossa cruz.
Mas, mesmo assim, é preciso buscar a energia que precisamos para prosseguir a caminhada e, na maioria das vezes, a fonte está logo ali, diante de nossos olhos e que, pela cegueira causada por nossas tristeza, deixamos de vê-la, contemplá-la.
Que façamos então como Olavo Bilac o fez. Olhamos com outros olhos, mais humanos, mais poéticos e mais profundos para nossa vida e a tudo que a nós pertence – dores e alegrias.  
Quem sabe, naquilo que insiste em nos tirar o brilho e nos trazer a lágrima, possamos encontrar o antídoto da felicidade. Quem sabe!
Tentamos, pelo menos. Mas tem que ser hoje, agora, já. Antes que, na tentativa de jogar fora aquilo que parece não ter valor, venhamos a perder o grande tesouro escondido.

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