Hoje, meu caro, é dia da gentileza. Não, não está no calendário.
Aliás, nem é preciso um dia específico para tal atitude. Ser gentil é pratica
do ser humano, que vive em sociedade, independente de raça, cor ou religião. É
caráter primordial para uma boa e agradável convivência no cotidiano.
Gentileza é um modo de agir, um jeito de ser, uma maneira de
enxergar o mundo.
Ou seja, trata-se de um atributo que vai além de cumprir regras
de etiquetas. É mais do que questão de educação. O fato, é que vem de berço a
prática de tal gesto.
Se fomos ensinados por nossos pais a forjarmos um caráter
cuja relação com o outro passa pela arte de ser gentil, por que então ser
diferente?
Aliás, o que é ser gentil? Qual a virtude de uma pessoa que
exerce e pratica gestos de gentileza?
De vez em quando percebo que tal atitude tem ficado de lado,
esquecida. Deu lugar a perfis diferenciados de individualismo. Acabamos por
ver, aqui e ali, situações que nos fazem pensar: como pode um jovem tão cheio
de vida tratar um senhor de idade daquela maneira? Cadê a gentileza? E
percebemos isto nos ônibus, nas filas de bancos ou supermercados. Aliás, vai além.
Gentileza se trata de uma característica diretamente
relacionada com caráter, valores e ética. Mais: tem a ver com o desejo de
contribuir com um mundo mais humano e eficiente para todos.
Ou seja, para se tornar uma pessoa mais gentil, é preciso
que cada um reflita sobre o modo como tem se relacionado consigo mesmo, com as
pessoas e com o mundo.
Na convivência diária, quantos você conhece que, por falta
de respeito, consideração – e até mesmo de educação – deixam de lado gestos
simples como um ‘olá, como vai?’, ‘bom dia’, ou um ‘muito obrigado’....????
É, talvez pela dureza da rotina diária, ou por ideias
equivocadas de que é preciso correr, correr e correr para conseguir mais – ou
chegar antes – estas pessoas acabam perdendo a essência, tornando-se
insensíveis, e com menos amor no coração.
Um dia o teólogo Leonardo Boff afirmou que não serão os
nossos gritos que farão a diferença, mas sim a força contida em nossas ações,
mesmo que as mais delicadas e integras. Ou seja. Ser gentil é fazer a
diferença.
Recordo-me de uma bela canção interpretada por Marisa Monte
na qual ela relata a história de uma figura carismática: o profeta Gentileza.
Um paulista que se tornou uma personalidade urbana no Rio de Janeiro. Com sua
túnica branca e longa barba e ficou conhecido nos anos 80 quando escrevia em
paredes de um viaduto palavras gentis que acabam por mexer com as pessoas. Uma
de suas frases mais conhecidas foi a que se tornou um bordão: “Gentileza gera
gentileza”.
Andarilho, pregava palavras de amor, carinho e de bondade.
Ele morreu em 1996.
Na canção, Marisa diz: “Nós que passamos apressados pelas
ruas da cidade. Merecemos ler as letras e as palavras de Gentileza. Por isso eu
pergunto a você no mundo, se é mais inteligente o livro ou a sabedoria”....
Então, sejamos gentis uns com os outros, isto só engrandecem
nosso ser....Ah, e obrigado amigos pelo carinho de sempre diante de minhas
palavras e o meu modo de contar ‘Das coisas que vi – e ouvi”.
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